Cuidado com o PLEONASMO
É bem comum encontrarmos PLEONASMOS em textos jornalísticos, sejam escritos ou narrados. O pleonasmo nada mais é do que a repetição de um termo ou significado em uma uma mesma expressão. São duas palavras que significam a mesma coisa na mesma frase.
Entre os exemplos mais comuns de pleonasmo estão: "subir para cima", "descer para baixo", "entrar para dentro", "sair para fora" e assim vai... A gente aprende isso no ensino fundamental, mas com o tempo é normal esquecer-se dessa regrinha.
Algumas músicas ou poesias usam o pleonasmo de forma intencional, mas aqui vamos analisar textos jornalísticos em que o pleonasmo é um erro mesmo, que passou despercebido.
O pleonasmo acontece, em muitas vezes, porque tentamos escrever da mesma forma que falamos no dia a dia (e isso é muito bom para que sejamos entendidos!). Mas, em algumas vezes, "escorregamos" no pleonasmo tão comum nas falas do nosso cotidiano.
O pleonasmo é um vício de linguagem, que pode aparecer sem que a gente perceba. Então, preste bem atenção no texto finalizado e procure perguntar: "Será que isso não significa a mesma coisa que isso?". Se a resposta for "sim", então, pode ser que haja um pleonasmo na sua frase.
Veja alguns exemplos comuns de pleonasmo em textos no telejornalismo:
ARSENAL DE ARMAS: "arsenal" é o coletivo de armas, então não é apropriado dizer que existe um arsenal de outras coisas que não sejam de armas;
MULTIDÃO DE GENTE: "multidão" é um coletivo de pessoas, de gente e não de animais, por exemplo;
HEMORRAGIA DE SANGUE: não há outro tipo de "hemorragia" que não seja de sangue;
HABITAT NATURAL: não existe habitat artificial (o nome disso é cativeiro), então, todo "habitat" ja é, por si mesmo, natural;
REPETIU DE NOVO: se uma ação foi repetida, é claro que foi novamente;
ENCAROU DE FRENTE: se encarou, justamente é de frente, e não de lado ou, muito menos, de costas;
METADES IGUAIS: se algo foi dividido em duas metades, elas, necessariamente, serão iguais;
ELO DE LIGAÇÃO: um "elo" já significa que é uma "ligação".
Nos casos acima, basta escrever apenas a primeira palavra e descartar a segunda para que não ocorra o pleonasmo. Desta forma, evita-se o erro sem comprometer o entendimento da mensagem.
Veja outros exemplos encontrados em textos jornalísticos e que passam, às vezes, despercebidos:
MULHERES GRÁVIDAS: apenas mulheres podem, biologicamente, ficarem "grávidas". Para os animais, no caso das fêmeas, o mais apropriado é usar o termo "prenhas".
NÃO RESISTIU AOS FERIMENTOS E MORREU: se a vítima resistir aos ferimentos, então ela estará viva, caso contrário, obviamente, estará morta.
HÁ ALGUNS DIAS ATRÁS: o uso do termo "há" (passado) dipensa o termo "atrás" na mesma frase. Escolha "há" ou "atrás", e não os dois termos juntos na mesma frase.
Dica: sempre leia o texto novamente depois de pronto. Na maioria das vezes, você encontrará algum erro e poderá corrigi-lo a tempo, antes de publicá-lo. Eu fiz isso neste texto que você acabou de ler e encontrei alguns erros (se você encontrou outros, me corrija, por favor!).
Até a próxima!
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