Postagens

Mostrando postagens com o rótulo escrever reportagem

Pare de usar "acabou" em textos jornalísticos

Imagem
Escrever é uma arte. Há a licença poética e tudo mais, eu entendo, mas quando se erra querendo acertar, aí já não tem desculpa. Um texto jornalístico na televisão precisa ser simples, curto e direto. Quando mais objetivo e certeiro o repórter ou apresentador ser, no vídeo, melhor. Agora, vamos ao título deste artigo: o uso de "acabou" nos textos jornalísticos. É muito comum você ouvir um repórter ou apresentador dizer no ar frases como esta: - O carro bateu no poste e acabou capotando. No meu ponto de vista, esta frase não está errada, mas pode ser melhorada, justamente evitando o "acabou". Perceba que essa palavra, nestes casos, pode ser retirada sem prejuízo no entendimento da mensagem que se quer transmitir. Veja: - O carro bateu no poste e capotou. No exemplo acima o "acabou" foi retirado e o fim da frase adaptado. Aliás, evite também o gerúndio em seus textos (ando, endo, indo... etc.). Outra dica é não usar dois verbos juntos, como foi no caso da fra

Quando não dá tempo de ler o texto antes!

Imagem
 Você já sabe que os apresentadores de telejornais leem as notícias por meio de um equipamento chamado teleprompter . É um aparelho que fica instalado na frente das câmeras, com um vidro que reflete um monitor invertido onde passa o texto que o jornalista deve ler naquele momento. Temos vídeo bem interessante no nosso canal que explica bem o funcionamento desta ferramenta. Basta clicar aqui para ver! Normalmente, os apresentadores leem as notícias antes, nos bastidores, para se acostumarem com o texto e, assim, dar uma entonação e interpretação mais apropriada na hora de narrar o texto no ar. Mas, como o hard news é intenso e dinâmico, as notícias surgem a todo momento e nem sempre os apresentadores conseguem ler as notícias antes. Aí, é torcer para não sair nenhuma gafe como ler um nome estrangeiro de uma forma diferente ou confundir uma palavra pela outra. Se isso acontecer, provavelmente o jornalista vai meme. Quem não se lembra de casos em que os repórteres ou apresentadores fala

Seremos substituídos por apresentadores virtuais?

Imagem
Personagens virtuais já são muito comuns em jogos de videogame e em filmes. A alta qualidade das produções em texturas e movimentos faciais, muitas vezes, nos implantam a dúvida de que o que vemos é real ou não. Mas, e se esse tipo de tecnologia invadir os noticiários? Será que nós, apresentadores, poderemos perder nossos empregos? Bom, isso já aconteceu, pelo menos em forma de "testes" e a resposta para a nossa empregabilidade pode ser sim e não . Eva Byte - primeira apresentadora virtual brasileira Alguns "ensaios" com apresentadores digitais em programas noticiosos já foram feitos em diversos países, e o Brasil não ficou de fora. Em 2004 a Rede Globo saiu na frente e criou a primeira apresentadora virtual brasileira, Eva Byte, que apresentou um quadro no programa dominical Fantástico até 2009. Eva foi criada por uma equipe de 15 profissionais entre técnicos e animadores que, inclusive, trabalham na Disney e participaram de filmes como o Homem de Ferro. No início,

A guerra das informações

Imagem
"Na guerra, a primeira vítima é a verdade." Esta frase, geralmente é atribuída ao filósofo grego Ésquilo, ou ao político britânico Philip Snowden e até mesmo ao escritor inglês Samuel Johnson, mas sua real autoria é desconhecida. Apesar de não ter uma atribuição plenamente reconhecida, esta frase tem, em sua essência, uma constatação fática sobre o que acontece com a dita "verdade" em tempos de guerra. Em 24 de fevereiro de 2022 a Rússia invadiu a Ucrânia e passou a atacá-la constantemente, dia a pós dia, com artilharia pesada, mísseis, tanques, caças e com... dúvidas. Isso porque as informações vindas de órgãos oficiais, de ambos os lados, se agridem na mesma proporção de uma rajada de metralhadora e um alvo fácil. Dados conflitantes, explosões de "porquês", ataques contra o direito de saber o que realmente está acontecendo. De um lado, o agressor (Rússia), do outro o agredido (Ucrânia) e no meio o resto da sociedade representada pelos "soldados da i

OFF - modo de fazer

Imagem
Na reportagem de TV, o texto narrado por um repórter é conhecido como "OFF", que significa locução coberta por imagens. Algumas técnicas de escrita deixam o off de um repórter mais atraente e eficiente. A interpretação do texto também faz muita diferença, mas neste post tratarei apenas de algumas técnicas de um bom texto telejornalístico. Treine escrever o OFF ainda no carro, a caminho do "ao vivo" ou da redação Abre da matéria Existem inúmeras maneiras de se iniciar uma reportagem de TV . Uma delas é começar o texto com o que há de mais interessante, importante, forte e atual, seja por meio de imagens, declarações ou informações. Outra maneira é começar pelo "personagem" - uma pessoa atingida diretamente pelo assunto a reportar.  Exemplo: Um casal que foi um dos primeiros a comprar a casa própria por meio de um novo financiamento criado pelo Governo. Depois de conversar com os personagens no abre, o repórter começa a informar deta

Qual microfone usar?

Imagem
O ideal é para cada ambiente onde uma entrevista será gravada seja usado um microfone específico. Estou me referindo a ambientes internos e externos em que os ruídos poderão causar interferência na captação do áudio. Em ambientes com menos barulho poderão ser usados microfones mais sensíveis para captar a voz do entrevistado com mais clareza e, até, captar a respiração dele. Já em lugares onde os ruídos são muito altos, como nas ruas, por exemplo, os motores dos carros, buzinas ou o grito da torcida em um estádio de futebol podem atrapalhar a gravação. Nesses ambientes externos será preciso um microfone direcional. Responda: Imagem: Pixabay - Qual tipo de microfone levar para uma coletiva de imprensa?  - Na entrevista com um médico, dentro de um consultório, qual microfone é o mais indicado? Ficou na dúvida? Nem imaginava que existem tantos tipos de microfones? Então, descubra mais sobre esse "bicho captador de sons"! Apesar de não ser de responsabilidade d

Passagem: quando um repórter aparece

Imagem
Normalmente é assim: o apresentador chama a reportagem, mas o repórter só vai aparecer no meio ou no fim dela. Essa aparição do jornalista é conhecida como "Passagem" - um jargão do jornalismo de TV que identifica quando o repórter está "on" na matéria, ou seja, quando ele aparece falando diretamente com os telespectadores durante a reportagem gravada. A Passagem é a "assinatura" do repórter televisivo. In loco Geralmente as Passagens são produzidas no ambiente onde a reportagem acontece. Por exemplo: se a cobertura é sobre a campanha de vacinação infantil, então há grandes chances do repórter gravar sua Passagem na frente de algum posto de saúde ou dentro da sala de vacinação, com crianças sendo vacinadas ao fundo. Se o assunto for um assalto, o repórter pode gravar a Passagem onde o crime aconteceu ou na porta de uma delegacia. Isso contextualiza o que está sendo dito pelo jornalista e dá mais credibilidade na estória contada, já que mostra

As 'letrinhas' que os apresentadores leem

Imagem
Quase todo mundo já sabe que os apresentadores dos telejornais jornais não decoram tudo aquilo que estão falando. Seria um exercício e tanto para a memória, mas para facilitar e agilizar o trabalho diário destes profissionais as notícias são lidas com a ajuda de um equipamento muito comum nas emissoras de TV chamado Telepromper , ou Teleponto, o famoso TP no jargão profissional. Para os leigos são aquelas famosas "letrinhas" que passam na frente da câmera, sem que os telespectadores percebam. Um truque que foi aperfeiçoado com a tecnologia. Mas, como os apresentadores conseguem ler e olhar para a câmera ao mesmo tempo? Como essas letrinhas vão parar na frente da câmera? Bom, o truque é bem simples como um jogo de espelhos. Veja nas fotos. O aparelho é composto por um monitor de vídeo invertido horizontalmente que fica "deitado" na frente e embaixo da câmera. A imagem da dela é refletida por um vidro transparente inclinado na frente da lente, dentro de uma câ