A carreira da jornalista Aline Fernandes

Graduada em jornalismo desde 2006 pela Unip, Aline Fernandes também é especializada em economia pela FAAP e tem MBA na FIA – Fundação Instituto de Administração Businnes School – em Mercado de Capitais e Derivativos.

Fez diversos cursos de aperfeiçoamento no instituto educacional da BM&FBovespa , onde se especializou em Mercados Futuros e Commodities agrícolas como café, soja , milho e boi gordo, além de fazer curso de marketing do agronegócio na ESPM - Escola Superior de Propaganda e Marketing - sobre o mercado investigativo esportivo e o mais recente foi fora do país: em Israel - Os Meios de Comunicação para a Paz em Zonas de Conflito. "Conheci a Cisjordânia, Belém na Palestina, também fui as fronteiras da Síria, Líbano, Jordânia e Egito. O convite para participar do curso foi feito pelo governo israelense com objetivo de entender os conflitos entre os povos na região [conflito milenar entre judeus e palestinos], o papel da imprensa na cobertura desta guerra e o que acontece no Oriente Médio. Visitei zonas de conflito", completa a jornalista.

Aline diz que desde que se conhece por "gente" quis ser jornalista. Ela queria escrever, fazer reportagens para um mundo melhor e até hoje não perdeu as esperanças em fazer isso, mas ela ressalta uma boa observação de que nem sempre conseguirá publicar o que escreve e que a imparcialidade jornalística é utópica - este último é um ótimo ponto para refletirmos como comunicadores.

Ela conta que sempre trabalhou em emissoras de TV na capital de São Paulo entre 2010 e novembro de 2018 . No currículo estão: Canal do Boi, Canal Rural, Bloomberg News, RedeTV! e como freelancer na MTV entre 1997 e 1999.


Como é trabalhar com telejornalismo?

"É apaixonante quando se ama o que faz. Toda profissão tem os bons e os maus momentos e no telejornalismo de hard news diário, que foi o que sempre fiz, não é diferente", diz Aline, que acumula uma carreira de vários momentos marcantes como entrevistar um ministro da Agricultura, o Dr. Roberto Rodrigues. "Meu microfone tremia tanto e ele foi um lorde, além de ser um dos melhores ministros da agricultura que o país já teve".

Na Bloomberg, Aline diz que implementou projetos de entrevistas que deram certo com CEOS. Quando foi para Nova Iorque, trabalhei como correspondente - o que também foi um momento inesquecível para ela, além de ter coordenado um grupo de correspondentes em três continentes para decidir as pautas mais relevantes do dia para o telespectador. "É difícil escolher alguns [assuntos], entre tantos! Isso sem falar nas exclusivas, conquistadas com muito suor!", diz a jornalista.


O futuro

Aline quer continuar trabalhando com ética e com profissionais que acreditam na excelência e no bom jornalismo. Ela ressalta alguns pontos negativos no jornalismo como salários baixos e ofertas de emprego que pedem diversas qualificações. "A grande quantidade de pessoas que tem canais em redes sociais como o YouTube, por exemplo, banalizou um pouco o exercício e as responsabilidades da profissão. Tem muita gente que publica um vídeo e se diz jornalista, e não é bem assim. É fundamental estudar, sempre se atualizar e nunca, nunca deixar de ter a curiosidade de querer sempre apreender."

Em relação ao futuro do telejornalismo, Aline diz que isso é complicado dizer, mas acredita em um amanhã sempre melhor. "Os principais e grandes veículos de comunicação do país estão nas mãos de cinco, seis famílias... Isso não é diferente em outros lugares do mundo como o Murdoch na Austrália, o Slim no México e por aí vai... o que prejudica a liberdade de imprensa. Acredito que o futuro depende do agora, do que estamos fazendo".


Conselhos para quem está começando no telejornalismo

A jornalista começa falando sobre ética. "Não queira passar por cima do coleguinha pra ficar bem na foto. Isso só mostra a incompetência e vai te derrubar um dia. Atue com dignidade, estude e tenha o caráter sempre reto. Liberdade de imprensa é utópico, aprendam isso desde já porque eu sempre quis ser jornalista para mudar o mundo e percebi que o sonho não é tão cor de rosa assim".

Aline sentiu na pele os limites dessa "liberdade". Ela conta que uma das primeiras matérias que escreveu foi designada pelo editor chefe da publicação, mas quando entregou a reportagem ele disse que não publicaria porque uma das principais fontes na matéria não anunciava mais na revista e, portanto, não daria "audiência" para a fonte. "Achei lamentável. Chorei de raiva e percebi que nem tudo são flores, mas segui em frente com a minha carreira e sempre com ética", completa a jornalista. 

Já sobre a a formação de jornalistas no Brasil, Aline diz que faltam ética e educação porque, na opinião dela, o problema do país é estrutural. "Acho muito mais complexo porque falta tudo na boa formação, não apenas de jornalistas, mas de todas as profissões", conclui a jornalista.


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