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Elaboração de longa-reportagem

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Produzir longas reportagens na TV requer tempo, disposição e muito trabalho em equipe. Jornalistas investigativos, produtores experientes, bons cinegrafistas e repórteres são a base desse time. E este tipo de matéria só vai ao ar quando a última peça do quebra-cabeças estiver no seu lugar, por isso é necessário apuração, checagem, re-checagem e uma última checagem por garantia. Imagem: Pixabay Os temas de longas reportagem variam bastante: podem ser assuntos mais "frios" como a vida e reprodução das tartarugas marinhas ou temas mais "quentes" como a descoberta de um esquema de desvio de verbas públicas. Como se faz? A produção de uma longa reportagem é a mesma de uma reportagem cotidiana, só que mais intenso e aprofundado. Reportagens corriqueiras têm um deadline  (tempo limite para entregar o trabalho pronto) curto, mas matérias especiais podem precisar de mais tempo de produção, a não ser em casos específicos, que precisem entrar no mesmo dia.

A importância do Rádio-Escuta

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Diversos profissionais são necessários para que uma reportagem de TV vá ao ar. O repórter é uma das peças fundamentais, mas existem outros que colaboram na produção como cinegrafistas, pauteiros, editores de imagem e texto etc. Mas, um deles cumpre um papel importante para que o telejornal não tenha furos de reportagem: o Rádio-Escuta. Na maioria das vezes essa função é preenchida por estagiários de jornalismo - uma grande oportunidade para quem quer fazer carreira em redações de TV. Imagem: Pixabay O rádio-escuta é responsável por encontrar notícias novas, monitorar a concorrência e passar o lead (informações básicas) para os demais da redação, como pauteiros e chefes de reportagem. Ele fica em uma sala onde há diversos equipamentos para ajudarem no seu trabalho: - Monitores de TV ligados em diversos canais: o rádio-escuta deve monitorar os canais concorrentes para saber de algum fato novo que, por ventura, sua redação não esteja cobrindo. Assim, a emissora não fica par

Por que o repórter demora para responder ao apresentador?

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Você já viu a cena: o apresentador chama ou pergunta algo ao repórter e o mesmo fica com aquele cara de paisagem por algum tempo para depois começar a falar. Estranho demais! Pior quando apresentador e repórter resolvem conversar. Aí é um show de horrores! Um fala por cima do outro, ou então um espera o outro falar e fica aquele momento de silêncio, de expectativa e a coisa só enrola cada vez mais. O nome desse problema técnico é " delay " (atraso, em português). Mas, isso não é culpa do cérebro do repórter (ou do apresentador). Como o delay acontece O problema de delay nas transmissões ao vivo é provocado por conta do tempo em que os sinais de áudio e vídeo demoram para chegarem ao seu destino. Geralmente, nesses casos, o equipamento usado pelo repórter entra em conexão com um satélite que recebe o sinal da emissora de TV e o repassa, provocando o atraso - é o mesmo sistema usado nos sinais de transmissão e recepção de telefones celulares. São três pontos dista

Qual microfone usar?

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O ideal é para cada ambiente onde uma entrevista será gravada seja usado um microfone específico. Estou me referindo a ambientes internos e externos em que os ruídos poderão causar interferência na captação do áudio. Em ambientes com menos barulho poderão ser usados microfones mais sensíveis para captar a voz do entrevistado com mais clareza e, até, captar a respiração dele. Já em lugares onde os ruídos são muito altos, como nas ruas, por exemplo, os motores dos carros, buzinas ou o grito da torcida em um estádio de futebol podem atrapalhar a gravação. Nesses ambientes externos será preciso um microfone direcional. Responda: Imagem: Pixabay - Qual tipo de microfone levar para uma coletiva de imprensa?  - Na entrevista com um médico, dentro de um consultório, qual microfone é o mais indicado? Ficou na dúvida? Nem imaginava que existem tantos tipos de microfones? Então, descubra mais sobre esse "bicho captador de sons"! Apesar de não ser de responsabilidade d

Mini-Glossário do telejornalismo

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Alguns destes termos são incomuns aos leigos, mas bastante usados no dia-a-dia dos profissionais de TV: Imagem: Pixabay Abertura da matéria:  off de início de uma reportagem. Âncora:  apresentador de telejornal que emite suas opiniões. Exemplo: Boris Casoy, Salete Lemos, Heródoto Barbeiro entre outros. Ao vivo:   transmissão de uma notícia em tempo real em estúdio ou no local do fato. Apuração:  seção que checa as informações de uma notícia. Arquivo de imagens:  seção arquiva imagens, reportagem, telejornais e programas inteiros. O material arquivado pode ser reutilizado em reportagens para relembrar um fato, perfil de alguém ou em retrospectivas. Arte:   ilustração feita em computador que ajuda na explicação da notícia como gráficos, tabelas e animações. Áudio ambiente ou som ambiente:   som do ambiente gravado no momento da reportagem como ruídos de trânsito, natureza, vozes em uma passeata ou discurso de alguém. Audiotape:   gravação do áudio, como um texto n

Cobertura de tragédias

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O terrível incêndio em uma discoteca em Santa Maria (RS) levantou a dúvida sobre como os jornalistas de TV devem agir nessas horas. O instinto dos repórteres é o de buscar informações e repassá-las o mais rápido possível por meio de suas emissoras. Número de mortos, feridos e sobreviventes é o principal, assim como o trabalho de resgate e causa do fogo. Mas, o jornalista pode (e deve) fazer muito mais nessas horas: informar para quais hospitais as vítimas foram levadas e (quando solicitado pelas autoridades) a necessidade de doadores de sangue e voluntários, além de cumprir seu compromisso com a sociedade, pressionando os órgãos competentes sobre investigações, autorizações vencidas, fiscalizações na boate e a busca pelos responsáveis e co-autores da tragédia. Imagem: Pixabay Trabalho em equipe Quando uma tragédia acontece, as emissoras tendem a concentrar suas coberturas no assunto. Na redação, os apuradores, pauteiros e produtores ligam para suas mais diversas fontes: Bomb

Curiosidade: O que fazem os apresentadores entre uma matéria e outra?

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Um estudante de jornalismo perguntou-me no Facebook o que os apresentadores fazem entre uma matéria e outra. Achei curiosa a pergunta e resolvi escrever aqui no TeleBlogNews. Imagem: Pixabay Fora do ar Enquanto um VT está rodando (reportagem ou comercial), o apresentador tem esse curto espaço de tempo (de um a cinco minutos, em média) para ler novamente o texto que virá a seguir, conversar com o coordenador do programa, tirar dúvidas sobre o script (espelho) ou retocar a maquiagem. É o que manda o "manual dos apresentadores". Mas, outras coisas naturais acontecem como tomar um gole d'água ou papear rapidamente com a equipe técnica ou entrevistado, por exemplo. O certo mesmo é não desviar a atenção dos monitores que exibem o que está no ar (retorno de vídeo), afinal de contas o apresentador deve estar preparado para voltar a qualquer momento, mesmo que o contra-regra esteja ali, do lado, para dar a "regressiva" - o tempo que resta para terminar a reporta

Escalada: as manchetes de um telejornal

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Quando você vai a uma banca comprar um jornal, qual é a primeira coisa que você observa nele? Claro, as manchetes! Nos telejornais o sistema é o mesmo. Na TV, as manchetes não são escritas na tela, mas narradas de forma a atrair a atenção do telespectador. É aquele momento em que os apresentadores aparecem subitamente dizendo frases impactantes sobre os principais assuntos do telejornal. A este fenômeno - as "manchetes" de um telejornal -  se dá o nome técnico de Escalada. Duração da Escalada O tamanho ou duração de uma Escalada de telejornal varia, em média, entre cinco assuntos. Normalmente é o editor-chefe do telejornal quem escolhe quais os temas que serão destacados no início do jornal dessa forma. A seleção é baseada pela ordem de relevância das notícias, ou seja, as mais importantes e chamativas vão receber uma "manchete". A Escalada pode ser ao vivo ou gravada, com a participação de um ou dois apresentadores alternadamente. Estrutura de uma Esca

Âncora ou apresentador?

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"Isto é uma vergonha". O jornalista Boris Casoy (Band/CNN Brasil) sempre dizia esta famosa frase quando não concordava com uma notícia, ou seja, emitia uma opinião. Mas, o Boris é um apresentador ou um âncora? Pois bem, vamos aos fatos. Basicamente, os âncoras emitem opiniões pessoais sobre um determinado fato que acabaram de apresentar, seja de forma crítica ou tecendo um elogio. Bom, agora você já sabe em qual categoria o Boris se encaixa, não é? E o Willian Bonner? É âncora ou apresentador? Na minha opinião, um ótimo apresentador. Boris Casoy Entre os âncoras atuais da TV brasileira estão Ricardo Boechat (Band), Raquel Sheherazade (SBT) e Heródoto Barbeiro (Record News). A diferença Os âncoras mostram seus pontos de vista com base em outras informações, possibilitando uma análise mais ampla pelos telespectador, dando um ou mais ângulos a notícia. E ele é responsável pelo que diz. Existem casos em que âncoras pagaram pelo que disseram no ar - foram processados judici

Passagem: quando um repórter aparece

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Normalmente é assim: o apresentador chama a reportagem, mas o repórter só vai aparecer no meio ou no fim dela. Essa aparição do jornalista é conhecida como "Passagem" - um jargão do jornalismo de TV que identifica quando o repórter está "on" na matéria, ou seja, quando ele aparece falando diretamente com os telespectadores durante a reportagem gravada. A Passagem é a "assinatura" do repórter televisivo. In loco Geralmente as Passagens são produzidas no ambiente onde a reportagem acontece. Por exemplo: se a cobertura é sobre a campanha de vacinação infantil, então há grandes chances do repórter gravar sua Passagem na frente de algum posto de saúde ou dentro da sala de vacinação, com crianças sendo vacinadas ao fundo. Se o assunto for um assalto, o repórter pode gravar a Passagem onde o crime aconteceu ou na porta de uma delegacia. Isso contextualiza o que está sendo dito pelo jornalista e dá mais credibilidade na estória contada, já que mostra